domingo, 4 de janeiro de 2009

Entrevista Banda Sr. X


A BANDA SENHOR X apresenta um repertório variado de clássicos do Rock and Roll, incluindo músicas inéditas executadas em versões sempre com muito improviso, criatividade e de maneira peculiar. Além de inúmeras músicas próprias, a banda também faz um Tributo ao Pink Floyd e The Who. Um show diferente e inusitado é o que você pode esperar do Senhor X, assim como esta entrevista que fizemos com Carla Viana – cantora da banda.



Vamos começar pelo começo, é claro! Aquela parte chata de se apresentar (como se precisasse). E por que o nome Senhor X?
Carla Viana –
A banda começou em 1997 com o objetivo de fazer clássicos de Rock and Roll e composições inéditas. O nome Senhor X veio da música Senhor F dos mutantes. Os integrantes são Carla Viana (voz), Beto Leoneti (guitarra), Beto Braz (baixo) e Wellington Ruvieri (bateria).

Você está prestes a subir no palco, tomando um último gole do balcão, e chega um cara que nunca ouviu uma música da banda e pergunta: o que eu posso esperar deste show?
Carla Viana –
Se eu bebesse antes de subir ao palco, talvez eu conversaria bem mais com o cara (RISOS). Bem, eu diria para a pessoa que ela pode esperar um grande show de rock da banda que mais faz shows em Ribeirão Preto e região, que tem muitos anos de experiência e que não costuma dar intervalos. Também diria que não fosse embora, pelo menos antes de ouvir as três primeiras músicas.

Dois CDs gravados com músicas próprias. Quem é o letrista da banda? E com tantas influências que percebemos em seus shows, qual a inspiração para essas músicas?
Carla Viana –
Essa pergunta levaria muito tempo pra responder... Mas levando em conta que a banda é brasileira, a inspiração vem desde a música brasileira em si, até o rock progressivo. As letras são compostas por mim, Carla Viana, com exceção de “Ilusão de Quem” que foi composta por Beto Leoneti e a canção “Mexendo com Fogo” que foi dada pra banda por Kiko Zambianchi.


Qual a repercussão do trabalho da banda em São Carlos? E na região?
Carla Viana -
São Carlos é uma cidade que admiramos muito, e todos sabem disso, pela riqueza da cultura musical que existe na cidade, pela identidade Rock and Roll muito enraizada e que tem sido muito forte em relação a outras cidades que conheço. Admiro os músicos de São Carlos e, com tudo isso, a banda Senhor X sempre teve uma boa repercussão em São Carlos, pois as pessoas admiram nossas músicas próprias também. Os shows estão sempre cheios de gente e gosto do astral e de como todos cantam as músicas com a banda. E se eu fosse contar todas as estórias entre Senhor X e São Carlos, escreveria um livro!!


Como vocês analisam o mercado fonográfico brasileiro hoje?
Carla Viana –
Abrindo para o crescimento da produção independente, através do myspace, sonicbids, facebook, sellaband, entre outros. Em andamento, sendo um divisor muito forte, que só requer um pouco mais de tempo.


Aliás, como que é este lance de fazer música no Brasil, sabendo-se que dinheiro mesmo que é bom até rola algum, mas daí a ficar rico...
Carla Viana –
Quem se submete a querer fazer música de qualidade mesmo diante da mídia que, em minha opinião, não escolhe boas bandas para colocar no mercado, tem que se submeter a não querer ficar rico, pelo menos não de primeira, senão seria fácil (RISOS). Acho que o verdadeiro músico, a boa banda, se preocupa primeiramente com a qualidade do trabalho e como todas têm muito trabalho a fazer, o dinheiro deve vir como conseqüência e não como prioridade. O dinheiro vem mais fácil quando as pessoas se preocupam em trabalhar com vontade.


O som de vocês tem um toque de pop, não que isso seja ruim, mas de certa forma soa como um som comercial em determinados momentos. Há pretensões de alcançar a mídia de massa?
Carla Viana –
Creio que a nossa música em alguns momentos pode ter um toque de pop através da melodia, o que agrada as pessoas, mas sei que ela acaba ficando tão torta, que quem gosta de pop não consegue dançar e quem gosta de música com mais trabalho e qualidade, se interessa por saber o que fizemos em termos da produção, efeitos e arranjo das músicas. Com isso, acho que seria muito bom se alguma gravadora se interessasse por conhecer o que fazemos, pois sei que temos algo pra acrescentar, mas não fazemos música pensando na mídia, em momento algum. Pensamos na música, independente de como ela vai soar pras pessoas. Ela tem que primeiramente é agradar a gente mesmo, porque somos nós que vamos tocá-la muitas e muitas vezes. E se você não acredita na música que faz, você não consegue um bom desempenho em nada dentro dela.


E o que dizer para aqueles que acreditam, erroneamente, que banda de rock vive de bebedeira e balada?
Carla Viana –
Até que ponto as bandas vão querer mostrar seu trabalho para pessoas que pensam assim? Nas profissões existem pessoas sérias e não sérias. Existe um preconceito muito forte até hoje em relação à profissão de músico. O que incomoda muito as pessoas que não entendem nossa profissão é que a música é uma área de trabalho que você só pode estar nela se gostar muito, mas muito mesmo, e tiver um mínimo de talento, ao contrário de outras tantas profissões nas quais as pessoas trabalham infelizes, pensando somente no dinheiro e não em um bom trabalho. Partindo deste princípio, as pessoas que trabalham com verdade, se cansam menos, trabalham e produzem muito mais. Hoje em dia quem pensa que roqueiro é aquele que vive de balada e bebedeira, corre um sério risco de nenhuma banda querer mostrar seu trabalho para ele, porque não vale a pena. E é fácil pras pessoas acharem que só porque você sai na segunda a noite para passear e ir onde bem entender, que você não trabalha, porque enquanto elas estavam se divertindo no final de semana, com certeza, havia uma banda para garantir a diversão delas. Além do que, o livre arbítrio deve estar na frente. Se o cara consegue fazer um bom trabalho bêbado, parabéns! Eu não consigo... (RISOS)

Como vocês selecionam o repertório dos shows?
Carla Viana –
Primeiramente, temos um repertório de 120 canções, que podem ser vistas no nosso site http://www.senhorx.com/
Trabalhamos com o show de clássicos de rock, tributo ao Pink Floyd e ao The Who. Esses três projetos já criam vertentes para os nossos shows. No show de clássicos, por exemplo, em uma noite fazemos por volta de 35 a 40 músicas. Então, colocamos as músicas que mais se encaixam com o tipo de evento, sem perder a característica da banda, agradando aos ouvidos mais ecléticos também, e sempre incluindo nossas canções inéditas.
Em termos musicais, qual a década preferida de vocês?
Carla Viana –
Gostamos das décadas de 70 e 90, além de inovações que buscamos e criamos por estarmos em 2008, e não ficamos somente presos ao passado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Manda eles fazerem um show aqui em Porto alegre no bar Opinião, que tem um publico bem eclético e que gosta de novidades, principalmente de rock.
beijos menina