quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Díficeis Escolhas

Por que teimamos em crescer? Por que insistimos em adquirir bens e responsabilidades que na maioria das vezes só servem pra acumular problemas e tristezas na nossa história? Por que eu lutei tanto com meu pai pra deixar de ser a menina dele e me tornar uma mulher de ninguém? Por que chega uma hora em que temos a necessidade física de termos nossa própria casa, conta em banco, carro, marido, filhos, diploma e um monte de trabalho pra fazer?

Tantas questões assim me fazem sentir saudade de um tempo em que nada tirava meu sono. Sabe a expressão “eu era feliz e não sabia”? Exatamente, não sabia porque tinha tantas outras preocupações que me faziam acreditar que eu era a garota mais problemática do mundo. Ahhh, se eu soubesse... Eram coisas tão simples de se resolver.

Como uma roupa nova que todo mundo tinha, mas meu pai insistia em dizer que eu não poderia usar nunca porque “filha dele não sairia vestida só com a parte de cima da roupa”. O que adiantou? Hoje, apesar de já ter passado dos 30 anos, tenho pernas apresentáveis e um guarda-roupa repleto de minissaias. Fiquei feliz com isso? Não, perdeu a importância no momento em que meu pai deixou de implicar com o comprimento dos meus modelos.

Ficava arrasada porque aquele que eu acreditava ser o amor da minha vida ficava horas conversando com uma menina mais magra na academia. Sentia-me feia e inadequada dentro do meu corpo de adolescente. Ahhh, se eu tivesse o poder de prever que aquela menina “perfeita” também era insegura com sua imagem? Se eu pudesse sonhar, do alto das minhas neuras, que ela também ficava horas na frente do espelho se sentindo magrela e sem graça.

Talvez eu tivesse me arriscado um pouco e conversado mais com ele, percebido que ele era só um menino querendo se enquadrar, ser igual a todo mundo (nessa idade, quem não quer?). Teria, já naquela época, mostrado a ele que eu era uma menina especial e não só anos depois quando nossas vidas haviam tomado rumos opostos, nos fazendo ficar com um gostinho de história mal resolvida na boca depois de um beijo de despedida. “Por que você nunca me disse que realmente gostava de mim?” Porque eu era uma adolescente boba.

E o medo de não ser aceita pela turma? De ficar marcada como a diferente? Quantas coisas eu deixei de fazer com medo de parecer “a Carrie”? Quantas opiniões guardei pra mim? Quantas vezes deixei de falar pra minha família “eu te amo”, com medo que eles me achassem uma boba sentimental ou que eu estava desistindo da minha rebeldia sem causa? E o pior: como sofri por cada vez que deixei de ser eu mesma? Que besteira, um dia você cresce e descobre que todo mundo é diferente (graças a Deus!), e que é justamente aí que está a graça em ter amigos e uma família: descobrir diferenças que enriquecem, te fazem sentir menos esquisita e mais amada.

Mas nem tudo era só neuras! Senão não teria tantos motivos pra sentir saudades dessa fase. Sinto falta do meu jeito carinhoso com meus amigos, da disponibilidade que tinha pra ser simplesmente amiga e confidente de pessoas que passavam pelas mesmas crises que eu. Sabe quando nada mais importa (tarefa, paqueras, festas, academia, colégio) quando aquela sua amiga te liga com voz chorona dizendo que seus pais estão se separando ou o seu namorado pediu um tempo? Nada mais tinha importância, eu parava tudo e ia dar a ela me ombro cheio de apoio e conforto. E hoje, o que eu faço? Minha melhor amiga passa por uma crise monumental e eu não tenho coragem de ligar e dizer que penso muito nela e rezo todo dia pra que Deus a conforte, já que essa amiga aqui trabalha demais e não encontra tempo para as coisas importantes.

Sinto falta do convívio diário com minha família. Sinto falta de nossas conversas em volta da mesa. Deles me esperando chegar do colégio azul de fome e mal humorada pra saberem o que tinha acontecido de divertido no meu dia. Da gente infernizando minha irmã, deixando ela ainda mais pimentinha do que já era. Sinto saudade de sair pra fazer compras com minha mãe, quando ela ficava toda orgulhosa quando alguém nos confundia com duas irmãs.

Queria de volta as férias que tínhamos em família, onde tudo era companheirismo e descobertas. Sinto falta da figura forte e provedora do meu pai, que transmitia a sensação de que nada ruim poderia acontecer comigo ou com minha família. Mas coisas tristes acontecem com todo mundo, e eu descobri do jeito mais difícil que ninguém pode me proteger disso.

Eu cresci, e comigo meus problemas e, também, alegrias. Hoje, se eu não pagar minhas contas, ninguém pagará por mim. Se eu der um passo errado, terei que arcar sozinha com as conseqüências dele. Tenho muito mais poder, até pra magoar e machucar mais as pessoas que eu amo tanto. E sei que algumas coisas que faço, ao contrário de quando era uma menina, têm um tom definitivo.

Hoje, está em minhas mãos ser definitivamente feliz ou infeliz. E quer saber? Sinto-me tão pronta pra decidir isso quanto uma menininha que não consegue escolher o que quer ganhar de Natal. Por que eu fui crescer, hein? Por que ninguém me avisou que um dia eu não teria pra onde correr quando tudo desse errado?

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O Estado Não É Deus, Mas o Brasileiro Pensa Que É


Penso diferente: o Brasil não é uma nação que preza pela liberdade, seja ela coletiva ou individual. E também tenho bons motivos para acreditar que não estamos lá muito preocupados com a manutenção da democracia. Para dizer a verdade, já nem sei se ela existe de fato por aqui. Sim, porque a cada dia que se passa o brasileiro parece mais disposto a desistir dela. Aliás, essa é uma característica marcante do brasileiro, pois bastam algumas palavras rebuscadas para que ele deixe de acreditar em tudo aquilo que sempre acreditou para se entregar irracionalmente ao “novo”.

Somos assim não é de hoje. Quando os jesuítas chegaram por aqui, há pouco mais de 500 anos, um dia depois do desembarque os nativos já estavam convertidos ao cristianismo, sem nem saber por quê. De lá para cá, quase nada mudou, apenas trocamos a submissão imposta pelos velhos jesuítas pela de personalidades um pouco mais bem vestidas.

Você já parou para pensar como o governo está conduzindo a sua vida, como está vivendo a sua vida em seu lugar? O Estado está sequestrando-a para projetos próprios e pessoais, e nós estamos de pleno acordo, mesmo não recebendo nada em troca!

A cada lei, medida provisória, decreto ou portaria publicada, vamos gradativamente entregando parte de nossa vida e abdicando dos nossos sonhos para uma meia dúzia que viva e sonhe em nosso lugar. Esta sensação de liberdade ainda remanescente em nosso País está com os dias contados, pois falta pouca coisa em que o estado possa pensar em intervir, e fazendo assim, trocar o que você pensava em fazer pelo que ELE pensa em fazer.

Que crime cometeu, por exemplo, alguém que decidiu não escolher quem irá lhe roubar? Estou falando, claro, das eleições. Quem decide agir assim fica proibido de tirar passaporte, prestar concurso público e até mesmo de obter um empréstimo. E o que dizer dos programas televisivos que lhe doutrinam a economizar água e eletricidade e a selecionar o lixo? Estes programas tratam a água como se ela fosse petróleo, um recurso não renovável, o que é falso, já que depois de usada ela obrigatoriamente retorna à natureza, como qualquer criança da quinta série bem sabe. Quanto à coleta de lixo, já pagamos altos impostos para que empresas contratadas pelos municípios façam o serviço (geralmente de péssima qualidade). Mas o governo está mais preocupado em nos fazer trabalhar de graça para ele.

É preciso, primeiro, saber tratar a água, a energia elétrica e a produção de lixo como bens de consumo e que, portanto, têm um preço e obedecem às leis da oferta e da procura. Desta forma, a escassez de água, energia elétrica, etc., implica elevação de seu preço. Em decorrência disso, a economia destes bens se torna algo mais racional, não antiquado e duvidoso como quer o governo, que, inclusive, já lançou campanha incentivando a população a fazer xixi enquanto toma banho, a fim de economizar a água da descarga!

Cuidado! Esta doutrinação de hoje será leis e decretos amanhã. E o pior é que nunca vi ninguém questionar a veracidade dessas informações. O brasileiro teme, ao mesmo tempo, morrer de sede e ver todas as suas cidades litorâneas serem submergidas pelas águas dos oceanos, devido ao efeito estufa. Afinal, estamos condenados à falta de água ou ao excesso dela? E, falando em efeito estufa, como pode o governo estar tão entusiasmado com a descoberta do pré-sal? Ele está dando pulos de alegria por encontrar uma quantidade infinita de matéria-prima do combustível mais poluidor do planeta. Que eu saiba, o petróleo é o “inventor” do efeito estufa. O governo é perspicaz e contraditório: ele comemora o pré-sal, reduz o IPI para veículos automotores e diz que devemos deixar o carro na garagem e ir trabalhar de bicicleta!

Será que ninguém se incomoda com esse excesso de contradição, aliado à disseminação constante de novas e severas leis de âmbito nacional, que só tem aumentado o controle do Estado sobre a população, sem lhe trazer benefícios reais? Não sou contra leis, tampouco um defensor do surreal e incoerente anarquismo. O que me incomoda é o modo como o brasileiro tem acatado conselhos sem lógica e as mais diversas decisões legislativas sem o mínimo de senso crítico. Leis são feitas por homens e, portanto, são passíveis de erros. Mas querem enfiar em nossa cabeça que são todas criações divinas.

A lei antifumo, idealizada pelo governador de São Paulo, José Serra, e que proíbe o consumo de tabaco e seus derivados em todos os locais fechados do Estado, públicos ou privados, é um bom exemplo disso. Apesar da rigidez imposta, mais de 80% dos fumantes se mostraram favoráveis à restrição, sem ponderação prévia. Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e Piauí gostaram tanto da medida que a adotarão em breve. Há indícios de que a lei alcançará âmbito nacional, mesmo atropelando a Constituição, que determina a criação de fumódromos em repartições públicas.

Enfim, leis como a antifumo, a lei seca, os toques de recolher e outras mais ousadas e menos necessárias (a exemplo da regulamentação do tamanho do colarinho do chope paulista e tantas outras) são uma maneira eficaz, rápida e barata de o Estado “encurtar as rédias do povo”, pois suprir o déficite intelectual e de conscientização e responsabilidade do brasileiro são tarefas que despendem muito mais dedicação, boa vontade e, logicamente, investimentos. Mas o Estado sabe: contar historinhas e parábolas é muito mais fácil e sai bem mais barato.

Fábio Rabello para a Revista Alto Estilo
Professor e redator
fabiorabello76@hotmail.com

terça-feira, 20 de outubro de 2009

FICA A DICA...

"Marido é aquela pessoa amiga e companheira, que está sempre ali, ao seu lado, para ajudá-la a resolver os grandes problemas que você não teria se fosse solteira."
Frase que ganhou concurso de uma revista inglesa sobre a melhor definição de marido.


sábado, 17 de outubro de 2009

Um novo olhar sobre Brotas


Que Brotas é uma cidade de turismo de aventura, esportes radicais e muito contato com a natureza todo mundo já sabe – o que é comprovado pela grande número de turistas que esta cidade charmosa recebe durante o ano todo. Mas sair de São Carlos numa sexta-feira de inverno chuvosa e fria tendo Brotas como destino parecia, no mínimo, estranho. Grande engano, Brotas é surpreendente com qualquer tempo e para qualquer pessoa, seja ela doida por adrenalina ou maluca por um bom descanso. Uma ótima opção de viagem, bem pertinho de São Carlos.
Como este foi meu segundo passeio em Brotas decidi ser uma turista diferente, pois na primeira
vez que lá estive fui a doida por adrenalina. Fiz rafting, bóia cross, longas caminhadas para conhecer cachoeiras de tirar o fôlego, arborismo, tirolesa e até rapel (para iniciantes, é claro) – amei e recomendo. Mas desta vez, decidi ser a maluca por um bom descanso. E neste quesito Brotas também se mostrou ter veia turística para recarregar qualquer bateria anti-stress.
Assim, que cheguei à cidade fui para a Pousada Frangipani – escolhida, entre as muitas opções que a cidade oferece, pelo charme de suas instalações, bom gosto na decoração e muito conforto. Esta pousada é, sem dúvida, para quem gosta de natureza, mas não abre mão de ser bem servido, ter conforto e estar em um ambiente aconchegante.






Posso afirmar que, assim como a flor da árvore que dá nome a esta pousada é especial, o lugar também tem um clima mágico. Tanto que na primeira noite não quis sair, fiquei na Pousada curtindo minha deliciosa suíte com hidromassagem, instalada em um deck com vista para um charmoso jardim de inverno privativo, com ambiente para refeições e descanso.

No sábado de manhã fui conhecer algumas cachoeiras que classifico como “leve”, pois não exigem muito condicionamento físico, nem longas caminhadas para se contemplar belos lugares. A primeira foi na Fazenda Cassorova. Para começar, uma bela trilha que corta o Vale do Cassorova até a Cachoeira dos Quatis de 42 metros. Uma pausa para descanso na piscina natural da fazenda e depois uma pequena caminhada até a Cachoeira Cassorova de 45 metros. Mas eu ainda queria contemplar mais lugares bonitos e por isso fui até o Recanto das Cachoeiras, bem próximo a Cassorova.
No Recanto há duas cachoeiras, fui apenas à Cachoeira do Santo Antonio (15 metros), que é bem pertinho e de fácil acesso. Mas o lugar é lindo e tem muitas opções de passeios, mesmo com frio, como a cavalgada que percorre serras, matas fechadas, cerrados e cruza o Rio Jacaré Pepira, chegando à Cachoeira de Roseira, de 55 metros de altura.


O almoço foi na Pousada Frangipani, um prato que vale como dica: Ossobuco com risoto de funghi. Vale a pena provar. O período da tarde, depois de um bom descanso, fui a Areia que Canta – um lugar que precisa ser visitado – uma fazenda com nascente de águas no meio da mata nativa, que forma uma piscina natural de 10 metros de diâmetro. A água brota da terra, em meio a uma areia muito branca 100% quartz, que devido a forma arredondada das partículas de quartzo, quando estas entram em atrito produzem um som característico, por isso o nome Areia que Canta.


Para terminar este dia perfeito, um jantar japonês em deliciosas companhias (né Yeda, Fernando, Alexandre, Tia Leila e Sandra!?). A dica foi da minha tia que está morando na cidade e como a mais nova “cidadã” de Brotas conhece alguns lugares ótimos, que dificilmente figura na lista de dicas das empresas de turismo. O restaurante fica na Pousada Kampai e tem o sashimi de salmão mais fresco que eu já comi.

O domingo amanheceu preguiçoso e fiquei na cama até tarde, curtindo as mordomias da pousada. Escolhi almoçar em um lugar que vale como passeio também: Vila Del Capo. Inspirado na Chicago dos velhos tempos, o Vila Del Capo contempla um orquidário, um bom restaurante e também um antiquário.

Claro que final de semana turístico que se preze termina com compras de produtos típicos, lembrancinhas para os amigos e uma caneca para minha coleção de lugares visitados. Minha dica? A Casa da Cachaça. Uma loja de cachaças artesanais, cachaças temperadas, licores, doces e condimentos de fabricação própria, que fica em um casarão histórico e repleto de móveis antigos.


Brotas é sempre uma boa pedida, faça chuva ou faça sol!

Onde ficar?
Pousada Frangipani
Estrada Vicinal BRO 040 (Brotas - Patrimôno), Km 8
(14) 3653.4851 / 3654.3529 / 3654.3569
www.frangipani.com.br

Passeios:
Areia que Canta: (14) 3653-1382 (www.areiaquecanta.com.br).
Recanto das Cachoeiras: (14) 3653-4227 (www.recantodascachoeirasbrotas.com.br).
Fazenda Cassorova: (14) 3653-5638 (www.cachoeiracassorova.com.br).
Restaurante e Pousada Kampai: (14) 3653-2832 (http://www.pousadakampai.com.br/).
Vila Del Capo: (14) 3653-6160 (http://www.viladelcapo.com.br/).
Casa da Cachaça: (14) 3653 1128 (Av. Ângelo Piva, 590).
O preço para visitar as cachoeiras varia de R$ 10,00 a R$ 20,00 por pessoa. O preço da Areia que Canta é de R$ 30,00 por pessoa.

São Carlos de cara nova


São Carlos está mais bonita. Tudo bem que sou suspeita, afinal amo esta cidade e já me sinto uma são-carlense, afinal estou aqui ha 13 anos. Mas a cidade ganhou novos semáforos, está mais organizada, as praças estão com iluminação nova e os canteiros cheios de flores.
Mas acho que a cidade está mesmo merecendo muitas coisas boas que estão vindo para cá. Cidade com calor humano e tecnologia de ponta, sem falar do lado cultural. Só uma dica aos responsáveis: vamos plantar hortênsias nas avenidas? A cidade das araucárias merece um arzinho de montanha...

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Este final de semana...

Eu recomendo:
A banda Hillbilly Rawhide, é originária da cidade de Curitiba e surgiu em fevereiro de 2002, com a proposta de tocar um estilo feito por poucos no Brasil, misturando Hillbilly, Western, Bluegrass, Boogie Woogie, Trucker Music, Rock’n’Roll primitivo e referências de Psychobilly, o que gerou o seu som “couro cru”, como o próprio nome “Rawhide” já diz.

Quando? Sábado, dia 17 de outubro.
Onde? Armazem Bar

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Eu também sou uma Mulher Possível


Amei, amei e amei. Não fui eu quem escrevi, mas adoraria tê-lo feito. Concordo com cada linha e ja criei uma "arte" pra ser a abertura do meu micro e estar na minha agenda, todos os dias...

MULHERES POSSÍVEIS
Por Martha Medeiros



Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível, me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito prazer. Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional, mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas, namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos, participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço escova toda semana - e as unhas!
E, entre uma coisa e outra, leio livros. Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic. Por mais disciplinada e responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO.
Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer NÃO. Culpa por nada, aliás. Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para os outros. Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse direitinho. Você não é Nossa Senhora. Você é, humildemente, uma mulher. E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida interessante.

Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável. É ter tempo. Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar sozinha na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja de discos. Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias! Tempo para uma massagem. Tempo para ver a novela. Tempo para receber aquela sua amiga que é consultora de produtos de beleza. Tempo para fazer um trabalho voluntário. Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto. Tempo para conhecer outras pessoas. Voltar a estudar. Para engravidar. Tempo para escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado. Tempo, principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e profissional sem deixar de existir.
Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. "Existirmos, a que será que se destina?" Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra. A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem. Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo! Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente. Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela. Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C. Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente, está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado) podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que é, afinal, uma vida interessante.

domingo, 20 de setembro de 2009

Capa da Alto Estilo de setembro/outubro 2009


Linda, linda e linda.


A revista está linda, a modelo da capa (minha prima) é linda e a capa ficou lindíssima.


O que você achou? Me conta.




Muito mais que mau humor

Depoimento de Marina W, escritora e bipolar, para minha matéria sobre bipolaridade escrita para a revista Alto Estilo de setembro/outubro 2009.

“Descobri que sou bipolar há muitos anos. Quando soube, usava-se o termo psicose maníaco-depressiva e foi usando o nome original que o psiquiatra me deu a notícia. Parênteses para dizer que o termo foi trocado nos anos 80, pois a psiquiatria descobriu que nem todas as pessoas que têm o transtorno são psicóticas, ou seja, sujeitas a delírios ou alucinações. E também porque é um nome muito pesado. Assim, foi a minha reação: juntei as três palavras, uma delas que remetia a filme de Hitchcock, outra ao maníaco do parque. Bom, as três palavras tinham conotações terríveis. Fiquei tão petrificada que nem chorei. Já era casada e tinha filhos pequenos.

Me senti uma impostora na sociedade. Não sabia nada sobre o transtorno (não se diz doença), meu médico dizia que era como ter diabete. Não era. Ninguém sussurra para outro: "Olha, aquela ali tem diabete." Ir ao psiquiatra foi uma grande humilhação pra mim, só fui mesmo porque não conseguia falar nada na análise: chorava tanto que meus olhos pareciam duas poças de sangue. O sentimento era de incapacidade absoluta. Eu não entendia nada. Achava que todas as pessoas tinham nascido com um roteiro nas mãos, menos eu. Meu transtorno era do tipo 70% depressão, eram breves os momentos de folga.

E tinha muita vergonha, o que não é bom. Não se deve ter vergonha de uma falha química, um problema de sinapses. Eu só chorava e mais nada. Aos vinte e um anos eu tinha tido uma crise de euforia. É como uma droga permitida por lei: uma delícia. Só mais de uma década depois caí no fundo do poço. É bom dizer que se trata de química e, sem fazer apologia aos remédios, só outra química é capaz de colocar as coisas em ordem. Então, sinto muito dizer que só orações, e coisas do gênero, não fazem a dor passar.

Por incrível que pareça, a mania pode ser mais destrutiva do que a depressão: a pessoa fica sem limites algum em relações as drogas, ao sexo, dinheiro, tudo. Os estragos são os piores possíveis. Tive sorte de ser hipomaníaca. Só diversão.
Bom, dando um pulo no tempo, senão vou acabar escrevendo outro livro. Fui tratada de maneira errada pelos dois psiquiatras que tive antes do meu atual, especialista na doença: o remédio certo para um bipolar é o regulador de humor. Remédio para depressão unipolar faz com que as crises se tornem mais profundas e mais constantes. Fiquei curada. Entre aspas, já que não se fica curado, mas estabilizado. Sinto falta da euforia, mas sei que existe o outro lado da moeda: trata-se de uma doença cíclica. Espero nunca mais voltar pra debaixo do cobertor e ficar aos prantos, com a sensação de não pertencer a este mundo. O mundo está indo de mal a pior. Por isso mesmo precisamos estar atentos e fortes: cuide-se da maneira correta, e seja feliz. É como ter diabete.”


Marina W. é Maria Adriana Rezende, que mantém há 8 anos um dos blogs mais populares da internet (http://marinaw.com.br). Jornalista, trabalhou como redatora da Rede Globo. Também é autora dos livros O Caderno de Cinema de Marina W (Nau Editora) e O Diário de Um Bipolar (Nova Fronteira).

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Eu amei... OCTÁVIO MENDES




Teatro lotado. Sessões extras. Gargalhadas. No palco, atores divertidos em textos inteligentes e muito engraçados. Personagens em atuações espontâneas e improvisadas. Este é o resumo do espetáculo teatral Humor de Quinta, estrelado por Sergio Rabello e Octávio Mendes - que se apresentou pela 2ª vez em São Carlos no mês de maio.

Nesta ocasião, fã de carteirinha do estilo stand up comédia que sou, tive o privilégio de entrevistar Octávio Mendes e junto com ele os seus mais famosos personagens, como Irmã Selma, Walmir o ex-gay, Maria Botânica, Xanaína e muitos outros.

A entrevista foi uma delícia, cheia de risadas e improvisos. Nem poderia ser diferente, afinal estava entrevistando um dos grandes atores/comediantes do país. Mas Octávio também é surpreendentemente doce e cheio de talentos variados. Mais do que responder minhas perguntas, me contou causos, cantou, dançou e até deu dicas de maquiagem. Ele termina a entrevista dizendo que precisa de novas paixões. E eu afirmo: difícil é não se apaixonar por ele.


Eu sou... ATOR.

Não vivo sem: RIR.

Tenho medo de: DEIXAR DE FAZER O QUE GOSTO, O QUE EU FAÇO.

Eu não sou tão EXTROVERTIDO quanto pareço.

Você ficaria chocado se soubesse que eu nunca NADA, EU NÃO TENHO NUNCA, ISSO NÃO EXISTE PRA MIM.

O melhor conselho que eu já recebi: POSSO PENSAR? AHHH FICA TRANQUILO.

Meu maior arrependimento: NÃO TENHO.

Meu pecado favorito: ME APAIXONO, EU ME APAIXONO MUITO.

Para manter a forma eu: MALHO.

Meus amigos me chamam de: TATÁ.

Sinto falta: ACHO QUE DA MINHA CASA, PORQUE VIAJO MUITO.

Prato que sempre repito: FEIJOADA.

Último livro que eu li: CÓDIGO DA VINCI.

CD que não sai do aparelho: EU ESCUTO MUITA COISA DE TUDO, NÃO TEM UM. MAS AGORA ANDO OUVINDO BASTANTE ROD STEWART.

Filme que ficou na memória: “A MULHER DO TENENTE FRÂNCES”.

Sempre carrego comigo: MINHAS MÚSICAS.

Guarda-roupa enxuto ou abarrotado: ENXUTO.


Uso e não estou nem aí: BERMUDA.

O passado me condena: NÃO, MEU PRESENTE ME CONDENA.

Canto preferido na casa: MEU PIANO.


Não vendo, não troco, não empresto: MEU PIANO.Saudade: DE MUITOS LUGARES E MUITA GENTE.


Programa legal em casa: TOCAR MÚSICA.

Programa legal na rua: TEATRO E CINEMA.

O paraíso na terra: O PALCO.

Tenho mania de... DE FUMAR, QUE ESTÁ ERRADO, MAS...


Idéia de descanso? NÃO SEI O QUE É ISSO.


Idéia de diversão? TRABALHAR.

A 3 ultimas coisas que comprei: UM PLAY STATION PORTÁTIL, UMAS PARTITURAS NOVAS E UMA BERMUDA.

Gostou de São Carlos? Por quê?
MUITO. AS PESSOAS DAQUI SÃO MUITO SIMPÁTICAS, SEMPRE FUI MUITO BEM RECEBIDO AQUI. ISSO É VERDADE MESMO, TUDO AQUI É GOSTOSO.
E POR INCRÍVEL QUE PAREÇA NUNCA PEGUEI TEMPO RUIM NA CIDADE DO CLIMA, NEM FRIO, NEM CHUVA, SEMPRE TEMPO BOM.

Já pensou em algum personagem baseado em um são-carlense?
TEM UMA PESSOA DAQUI QUE ADORO, O MANOBRISTA DO HOTEL EM QUE FICO QUANDO ME HOSPEDO EM SÃO CARLOS. ELE VEIO DA ÁFRICA. GOSTO DO JEITO DELE FALAR, ELE É UMA SIMPATIA, E TENHO VONTADE DE FAZER UM PERSONAGEM COMO ELE.

Com quem ainda vai dividir o palco?
ISSO NÃO DÁ PRA RESPONDER, TEM TANTA GENTE. DEPENDE DA LINHA DO TRABALHO QUE ESTOU FAZENDO, E SEPARO BASTANTE PROFISSÃO DE AFETO.
SÓ POSSO AFIRMAR QUE TENHO PROCURADO ME APROXIMAR DE PESSOAS QUE SABEM MESMO, PRA EU PODER APRENDER. NÃO ACREDITO EM NIVELAR POR BAIXO, É PRECISO QUERER SEMPRE MAIS.

Última frase: PRECISO DE PAIXÕES NOVAS.

sábado, 25 de abril de 2009

COMO ESQUECER UM EX?


Sempre quis escrever um passo-a-passo sobre como esquecer alguém, ter uma súbita amnésia e, do nada, deletar, nem lembrar mais da existência do seu ex. Se estou apta para tamanha prepotência? Claro que sim, já passei por esta situação, afinal não estou imune às burrices e ataques de miopia do meu cupido estúpido. Mas para não ganhar o arzinho pedante que sou injustamente acusada de ter, escreverei este texto na 3ª pessoa. Assim, mantenho o distanciamento científico necessário e o humor que me é característico – afinal, o assunto é triste, eu não.

Há um texto que gosto muito de um jornalista português, que diz o seguinte: “É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa esquece-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre". Bate na madeira 3x. Já pensou... o seu ex virar um Fred Krugger em sua vida, uma espécie de sexta-feira 13, 14, 15....arrastando a maior corrente? Nem morta! Basta!

Vamos aos passos: 1- Ligue paras as pessoas! Você vai redescobrir amigos, falar mal à beça do seu ex, ou simplesmente pentelhar suas amigas, dar uma espécie de troco por todas as vezes que eles alugaram seu pobre ouvido com todas as desventuras amorosas delas. Soube de gente que já até ligou para aquele "Quer sair do sufoco? Pergunte-me como?" Era para sufoco financeiro, disse a voz da mocinha do outro lado do telefone. Tudo bem valeu a iniciativa. Temos que ser empreendedoras nesses momentos.

2- Anote todos os defeitos dele, anote todas as suas qualidades. Faça isso no seu computador, de preferência, e delete todas as qualidades. Só vale lembrar do que for ruim, o resto você deleta. Seja prática e moderna. Se ele perguntar como você pode ter esquecido tão rápido diga que seu computador deu pau e que você não tinha feito o back-up!

3- Fuja de perguntas como: Ué, vocês não estão mais juntos? Deu errado, é? Você está bem? Você está bem mesmo? Respire fundo e invente qualquer desculpa, confundir as pessoas é sempre muito oportuno. Afinal ninguém tem nada a ver com isso.

4- Seja chic. Sempre. Acorde, se olhe no espelho e diga: Eu sou chic! Muito chic! Muito linda! Você perdeu, Mr. Looser!

Já estou na metade e você ainda não se convenceu de que vai conseguir esquecer? Não se desespere, o meu amigo português que citei no início tem uma outra frase (estou começando a achar este portuga um sábio): "Há grandeza no sofrimento. Sofrer é respeitar o tamanho que teve um amor ".

Agora se doer demais, esta dica é infalível:5- Contrate umas carpideiras. Sabe aquelas mulheres que são contratadas para chorar em enterros? Totalmente descontroladas? Exatamente, chame umas cinco e ponha elas para chorar. Porque infelizmente nós, as mulheres chiques e modernas, somos "cool" demais para dar vazão a esse tipo de sentimento. Ninguém melhor do que profissionais do ramo para esse tipo de histeria.

6- Crie modelitos novos para cada ocasião. Revire o seu guarda-roupa. Se para arrumarmos algum namorado estamos sempre lindas, porque a recíproca não pode ser verdadeira? Cause reações. Sempre dá certo.

7- Se entrar numas chore. Chore à vontade. Só use umas compressinhas de chazinho de erva-cidreira depois nos olhos, porque ninguém merece te ver parecendo um repolho lacrimejante. 8- E em último caso, apele para o misticismo. Reze para São Longuinho - padroeiro dos achados e perdidos - ele está sempre tão ocupado ajudando as pessoas a acharem as coisas, que se você pedir para que suma com o fulano, ele vai te atender na hora, nem precisa dar os três pulinhos!

Pronto! Agora você é uma mulher muito atarefada, sua agenda está repleta de afazeres! E quando você menos perceber, estará pronta para um novo amor, e isso não é lindo?

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Alguém pior que eu...


Depois de Sex and the City, the movie, Os delírios de consumo de Becky Bloom é o filme que mais anseio ver.

Sou viciada em Becky Bloom: ela está entre as minhas heroínas preferidas (empata com a Carrie e a Brigdet Jones). Vício mesmo, a ponto de depois de ler Os delírios de consumo de Becky Bloom, li Os delírios de consumo de Becky Bloom na 5ª Avenida, As listas de casamento de Becky Bloom e a A irmã de Becky Bloom - além de O segredo de Ema Corrigan, da mesma autora Sophie Kinsella.

É muito divertido ver a cativante Becky, consumidora compulsiva, tentando se convencer de que as faturas do seu cartão de crédito vieram erradas (ela acredita que alguém deve ter roubado seu VISA e saído por aí gastando) e de que comprar roupa em liquidação é economizar dinheiro, mesmo que você nunca vá usar nada do que comprou. Já viu algo parecido por aí? Eu já, por aqui mesmo... Como não ser louca por ela?

O filme será lançado no Brasil no dia 10 de abril. Mas minha pergunta é: e em São Carlos? Quando será lançado? Socorrooo! Aqui tudo demora. E, se você ainda não leu o livro, corra. Pra mim, é um dos melhores chicklits ever.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

QUEDA LIVRE



Estar apaixonada, em português. Em inglês, “to fall in love” = cair no amor. Pela primeira vez devo reconhecer que uma expressão em inglês transmite melhor um sentimento que a nossa língua pátria. Coisa rara, que me desculpem os amantes de Shakespeare e Beatles.


Mas a verdade é essa: estar apaixonado é no mínimo uma queda dentro de um turbilhão de sentimentos. Essa expressão inglesa sugere um desastre imprevisto que pode, ou não, ser fatal. Afinal você pode optar por não se jogar dentro dele. Você pode só ficar andando à sua volta, molhando os pés, imaginando como seria se perder nadando ou navegando por aquelas águas agitadas. É claro que você pode apenas contemplá-lo de longe. Você pode... eu não.


Eu caio mesmo. E a palavra cair sugere algo que está além de seu controle. É como se uma força te arrastasse pra um lugar, que quando começa, você não consegue mais parar. E aí já era: você já foi, está mergulhando de cabeça e nem sabe aonde vai dar. Eu espero cair em braços fortes e protetores. De preferência de alguém que também esteja caidinho por mim. Por que se for assim, essa queda promete mais felicidade que dor. Mais momentos especiais que cicatrizes.


E mesmo todo mundo sabendo que um coração partido dói mais do que um joelho ralado, são poucos os covardes nessa vida que fogem desse sentimento. Estar vivo é o primeiro requisito pra se deixar levar por essa força maior que a razão. Eu, apaixonada como sou, diria que amar é uma maneira especial de estar vivo. Pois ele intensifica os momentos, torna tudo mais pleno.


Ninguém vive completamente até se dar a outra pessoa. Falo de dar mesmo. Dar o coração pro outro sentir segurança em nos amar, dar a alma pro outro cuidar, dar o corpo pra sentir e causar prazer em quem sabe como ninguém nos fazer flutuar depois de gozar. Porque transar é diferente de fazer amor, nos dois você até pode ter um orgasmo, mas só fazendo amor o depois será completo.


Quando nos apaixonamos nos tormamos uma pessoa mais real, pois ninguém vive de verdade até ter deixado a paixão tomar conta de si, pelo menos uma vez na vida. E quando esse dia chegar, o conselho que eu posso dar é: to fall in love.

sábado, 17 de janeiro de 2009

A Revolta das Gondôlas

Tô morta! Voltei pra academia... esse é o meu mau necessário. E saber que tem gente que adora e vai de livre e espontânea vontade? Não dá pra acreditar...

Todo mundo suado, se exibindo e nenhuma atividade cultural ou mental... Urg! Mas eu vou! Prometo! Meu bumbum, minha barriga e minhas coxas de mais de trinta anos hão de agradecer!

Depois Malhação Parte 45 - o retorno... fui ao supermercado. Mas essa parte eu adoro. Andar pelos corredores, escolher produtos que vão encher meus armários e geladeira. Me sinto mais dona da minha casa e da minha vida. Parece besteira, ne? Mas não é..

Se você parar pra pensar, todos escolhem o que vai pra dentro da sua casa. Seu médico, pensando no seu regime, colesterol e triglicérides, decide que comida deve comprar, seu personal, as besteiras que não devem passar nem perto do seu carrinho, o veterinário do seu dog determina qual ração você deve dar a ele e sua faxineira manda em você, ela decide quais produtos de limpeza entram ou não na sua área de serviço. Mundo cruel!

Mas hoje me rebelei.... um pouquinho, mas foi um começo: comprei pé de moleque e shitake, para fazer na manteiga (adoro). Tá, tudo bem, comprei rúcula, kani, palmito e coca zero (argh) também. A gente trabalha feito doida, paga as contas e não é dona nem do próprio carrinho de mercado. Mundo cruel!

P.S Já que o assunto é supermecado, vamos adotar esta idéia corretamente ecológica? Eco Bag! Além de ajudar a conservar o nosso planeta, tem uns modelinhos chiquérrimos.... (Não sou uma Eco Chata, sou uma Fashion Eco).

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O MUNDO ESPERA TUDO DA NOITE


Eu adoro bar, boteco, barzinho, música ao vivo, cerveja e bate papo com amigos. Tem mais variações do mesmo tema: paquera, happy hour, chopp gelado, cuba, cerveja Original ou Serra Malte, porção de amendoim, batata-frita. Não, eu não sou uma bêbada, viciada ou boêmia. Apenas acho que sair de casa, simplesmente pra ir ao seu barzinho preferido com amigos, beber um pouco e dar risada é uma das melhores coisas da vida. Muita coisa boa acontece nessas noites. Não sei se por estarmos todos ali só pra conversar e rir despretensiosamente, pelo excesso de álcool, ou pelo ambiente em si, uma noite num bar pode ser mágica.

Muita coisa interessante na minha vida já aconteceu ou começou em um bar. Descobri grandes amigos, percebi que velhos colegas de faculdade, sérios e responsáveis, se tornavam hilários, engraçados e interessantes depois de algumas cervejas. Como também já notei que amigas, companheiras de várias horas, não sabem se comportar na mesa de um bar – ficam chatas, maçantes, isso quando não ficam olhando para o relógio toda hora, ou ameaçando pular no pescoço do cara da mesa ao lado, como se ele pudesse lhe salvar do tédio.

É isso, há parceiros pra tudo nessa vida. E pra minha mesa só convido pessoas que sabem ouvir uma boa música, discutir um filme inteligente, rir de si próprio, beber sem dar vexame, trocar idéias sem se alterar, se divertir sem ser escandaloso. Também não gosto de compartilhar meu copo e minha noite com pessoas que não sabem dividir a atenção, causos, conta e, ainda, reclamam dos sagrados 10% do amigo garçom.

Também não gosto de gente que vai ao boteco pra caçar, arrumar pretê ou só paquerar. Isso me cansa, soa como sacrilégio. Tem coisas melhores pra se fazer ali: como rir de histórias antigas, colocar a vida em dia com os amigos, ouvir mpb e até olhar pro gatinho da mesa ao lado que insiste em cantar "toda cheia de charme" olhando em seus olhos. Tudo bem, eu confesso, também gosto de paquerar. Mas só olhar e me sentir desejada já me deixam feliz. Tanto é verdade, que nunca namorei ninguém que tivesse conhecido em um bar e muito menos deixei meus amigos na mesa pra curtir uns beijos com um estranho. Tudo tem seu tempo e seu lugar.

A noite ferve e pulsa cultura. A noite tem figuras interessantes e próprias, que você nunca conheceria em uma pizzaria ou numa boate. É por esses ilustres desconhecidos que a vida noturna fica mais interessante. Gostaria de destacar duas dessas figuras (minha cidade tem muitas, cada bar tem o seu). No entanto, falo de pessoas que nunca estiveram aqui, mas tornaram a vida em bares muito mais rica. A primeira é meu avô, um espanhol legítimo e boêmio, que com sua poesia e música encantou uma cidade. Ele foi embora cedo, mas deixou saudades e até hoje seus amigos fazem serenatas regadas a muita cuba pra ele no cemitério em que ele finalmente se rendeu ao sono e dormiu.

A outra figura foi um poeta, um andarilho (dizem que tinha família e dinheiro, mas abandonou tudo, sem ninguém saber o porquê) que pintava os muros de uma cidade cinza com poesia viva e vibrante. O nome dele era Gentileza, ou foi assim que ficou famoso. Marisa Monte se rendeu e fez uma canção pra ele, que me emociona cada vez que ouço. E se um dia, eu estiver em uma mesa de um bar, com alguns bons amigos (ou meu amor), tomando uma em homenagem a noite e tocar essa música, saberei que em algum lugar essas figuras dizem amém pra magia que só vivemos em um bar.


Making of: tomando uma Brahma, ouvindo Gentileza da Marisa Monte. "O mundo é uma escola, a vida é um círculo, amor palavra que liberta já dizia o Profeta."


Arcos da Lapa,berço da famosa boemia carioca, bairro que revela também um dos mais ricos conjuntos arquitetônicos da cidade. Sem dúvida meu atual objeto de desejo. Quem sabe um passeio para comemorar meu aniversário em março?

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Só Nós, com Paula Toller

A musa carioca, uma das referências no cenário da música pop brasileira, esteve em São Carlos lançando seu segundo álbum solo, Só Nós, em novembro de 2008. Na ocasião concedeu uma entrevista para a Revista Alto Estilo. Apesar de chegar atrasada e ter pouquíssimo tempo para a imprensa, cantora Paula Toller foi simpática e todos os presentes comprovaram de perto o quanto ela continua em excelente forma, parece que o tempo não passa para a loira. Embora não tenha entendido minha pergunta, ter feito cara de loira e responder algo nada a ver sobre o disco novo... humpft!
O show é razoável, as músicas com o Kid Abelha são muito melhores. Impressões a parte, vamos à entrevista...



George Israel está em seu 2º disco solo (“Distorções do Meu Jardim”). Você também lançou o segundo disco. O Kid Abelha está de férias ou em crise?
Paula Toller:
Nós tiramos férias maiores do que o normal, porque sempre depois de cada trabalho a gente dá uma paradinha e tal, mas dessa vez a gente deu umas férias bem maiores. Eu faço meus discos nos intervalos do Kid Abelha. O Kid trabalha muito, tem muitos show e muitos álbuns. E só agora que eu pude me dedicar a esse Só Nós.

Fale um pouco sobre o CD solo e o show atual...
Paula Toller:
Só Nós é um disco que tem 14 músicas inéditas. E tem parcerias minhas com Dado Villa-Lobos, Erasmo Carlos, os músicos da minha banda, o produtor do disco e também algumas parcerias internacionais bem interessantes, com o Jesse Harris, autor das músicas de sucesso da Norah Jones, tem o Rufus Wainwright e Donavon Frankenreiter. Tem quatro músicas em inglês e as outras em português. Está um disco muito bonito, muito clássico, sem programações, sem software de afinação, um disco totalmente tocado. E a primeira música de trabalho é de um autor chamado Nenungui, que é de uma banda budista do Rio Grande do Sul e o nome dela é “Meu Amor se Mudou para Lua” e está tocando bastante.

Como é seu dia a dia?
Paula Toller -
O dia a dia de shows é bem agitado. Os dias de folga eu vivo para a casa, a família, os amigos, o corpo, a arte e o amor.

Quais sãos suas preferências musicais, aquelas que te deixam inspirada?
Paula Toller – Beatles sempre, e cada vez mais. Cantoras que compõem também, desde Madonna até Marisa Monte.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Entrevista Banda Sr. X


A BANDA SENHOR X apresenta um repertório variado de clássicos do Rock and Roll, incluindo músicas inéditas executadas em versões sempre com muito improviso, criatividade e de maneira peculiar. Além de inúmeras músicas próprias, a banda também faz um Tributo ao Pink Floyd e The Who. Um show diferente e inusitado é o que você pode esperar do Senhor X, assim como esta entrevista que fizemos com Carla Viana – cantora da banda.



Vamos começar pelo começo, é claro! Aquela parte chata de se apresentar (como se precisasse). E por que o nome Senhor X?
Carla Viana –
A banda começou em 1997 com o objetivo de fazer clássicos de Rock and Roll e composições inéditas. O nome Senhor X veio da música Senhor F dos mutantes. Os integrantes são Carla Viana (voz), Beto Leoneti (guitarra), Beto Braz (baixo) e Wellington Ruvieri (bateria).

Você está prestes a subir no palco, tomando um último gole do balcão, e chega um cara que nunca ouviu uma música da banda e pergunta: o que eu posso esperar deste show?
Carla Viana –
Se eu bebesse antes de subir ao palco, talvez eu conversaria bem mais com o cara (RISOS). Bem, eu diria para a pessoa que ela pode esperar um grande show de rock da banda que mais faz shows em Ribeirão Preto e região, que tem muitos anos de experiência e que não costuma dar intervalos. Também diria que não fosse embora, pelo menos antes de ouvir as três primeiras músicas.

Dois CDs gravados com músicas próprias. Quem é o letrista da banda? E com tantas influências que percebemos em seus shows, qual a inspiração para essas músicas?
Carla Viana –
Essa pergunta levaria muito tempo pra responder... Mas levando em conta que a banda é brasileira, a inspiração vem desde a música brasileira em si, até o rock progressivo. As letras são compostas por mim, Carla Viana, com exceção de “Ilusão de Quem” que foi composta por Beto Leoneti e a canção “Mexendo com Fogo” que foi dada pra banda por Kiko Zambianchi.


Qual a repercussão do trabalho da banda em São Carlos? E na região?
Carla Viana -
São Carlos é uma cidade que admiramos muito, e todos sabem disso, pela riqueza da cultura musical que existe na cidade, pela identidade Rock and Roll muito enraizada e que tem sido muito forte em relação a outras cidades que conheço. Admiro os músicos de São Carlos e, com tudo isso, a banda Senhor X sempre teve uma boa repercussão em São Carlos, pois as pessoas admiram nossas músicas próprias também. Os shows estão sempre cheios de gente e gosto do astral e de como todos cantam as músicas com a banda. E se eu fosse contar todas as estórias entre Senhor X e São Carlos, escreveria um livro!!


Como vocês analisam o mercado fonográfico brasileiro hoje?
Carla Viana –
Abrindo para o crescimento da produção independente, através do myspace, sonicbids, facebook, sellaband, entre outros. Em andamento, sendo um divisor muito forte, que só requer um pouco mais de tempo.


Aliás, como que é este lance de fazer música no Brasil, sabendo-se que dinheiro mesmo que é bom até rola algum, mas daí a ficar rico...
Carla Viana –
Quem se submete a querer fazer música de qualidade mesmo diante da mídia que, em minha opinião, não escolhe boas bandas para colocar no mercado, tem que se submeter a não querer ficar rico, pelo menos não de primeira, senão seria fácil (RISOS). Acho que o verdadeiro músico, a boa banda, se preocupa primeiramente com a qualidade do trabalho e como todas têm muito trabalho a fazer, o dinheiro deve vir como conseqüência e não como prioridade. O dinheiro vem mais fácil quando as pessoas se preocupam em trabalhar com vontade.


O som de vocês tem um toque de pop, não que isso seja ruim, mas de certa forma soa como um som comercial em determinados momentos. Há pretensões de alcançar a mídia de massa?
Carla Viana –
Creio que a nossa música em alguns momentos pode ter um toque de pop através da melodia, o que agrada as pessoas, mas sei que ela acaba ficando tão torta, que quem gosta de pop não consegue dançar e quem gosta de música com mais trabalho e qualidade, se interessa por saber o que fizemos em termos da produção, efeitos e arranjo das músicas. Com isso, acho que seria muito bom se alguma gravadora se interessasse por conhecer o que fazemos, pois sei que temos algo pra acrescentar, mas não fazemos música pensando na mídia, em momento algum. Pensamos na música, independente de como ela vai soar pras pessoas. Ela tem que primeiramente é agradar a gente mesmo, porque somos nós que vamos tocá-la muitas e muitas vezes. E se você não acredita na música que faz, você não consegue um bom desempenho em nada dentro dela.


E o que dizer para aqueles que acreditam, erroneamente, que banda de rock vive de bebedeira e balada?
Carla Viana –
Até que ponto as bandas vão querer mostrar seu trabalho para pessoas que pensam assim? Nas profissões existem pessoas sérias e não sérias. Existe um preconceito muito forte até hoje em relação à profissão de músico. O que incomoda muito as pessoas que não entendem nossa profissão é que a música é uma área de trabalho que você só pode estar nela se gostar muito, mas muito mesmo, e tiver um mínimo de talento, ao contrário de outras tantas profissões nas quais as pessoas trabalham infelizes, pensando somente no dinheiro e não em um bom trabalho. Partindo deste princípio, as pessoas que trabalham com verdade, se cansam menos, trabalham e produzem muito mais. Hoje em dia quem pensa que roqueiro é aquele que vive de balada e bebedeira, corre um sério risco de nenhuma banda querer mostrar seu trabalho para ele, porque não vale a pena. E é fácil pras pessoas acharem que só porque você sai na segunda a noite para passear e ir onde bem entender, que você não trabalha, porque enquanto elas estavam se divertindo no final de semana, com certeza, havia uma banda para garantir a diversão delas. Além do que, o livre arbítrio deve estar na frente. Se o cara consegue fazer um bom trabalho bêbado, parabéns! Eu não consigo... (RISOS)

Como vocês selecionam o repertório dos shows?
Carla Viana –
Primeiramente, temos um repertório de 120 canções, que podem ser vistas no nosso site http://www.senhorx.com/
Trabalhamos com o show de clássicos de rock, tributo ao Pink Floyd e ao The Who. Esses três projetos já criam vertentes para os nossos shows. No show de clássicos, por exemplo, em uma noite fazemos por volta de 35 a 40 músicas. Então, colocamos as músicas que mais se encaixam com o tipo de evento, sem perder a característica da banda, agradando aos ouvidos mais ecléticos também, e sempre incluindo nossas canções inéditas.
Em termos musicais, qual a década preferida de vocês?
Carla Viana –
Gostamos das décadas de 70 e 90, além de inovações que buscamos e criamos por estarmos em 2008, e não ficamos somente presos ao passado.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Princípe Encantado


Será que toda mulher moderna, bem sucedida e solteira no fundo espera ser salva por um príncipe encantado? Será que se fosse hoje, a Branca de Neve ficaria eternamente adormecida a espera de um homem perfeito? Ou desengasgaria sozinha, arrumaria um emprego, um bom plano de saúde e engravidaria de um banco de espermas?

Fico pensando que em tempos atuais é difícil manter-se frágil esperando que um homem forte resolva todos os seus problemas e carências. Ser a auto-suficiente e independente também causa um certo temor nos homens e você acaba ficando mais sozinha. Entra num círculo vicioso: se você pode viver totalmente só, sem precisar de ninguém - então assim seja... E você ficará pra sempre num limbo amoroso, todos os homens te admirarão pela sua força, mas não o suficiente para amá-la. Desesperador? Calma, ainda não precisa cortar os pulsos, pedir demissão do seu emprego disputadíssimo ou desistir de seu MBA.

Felizmente, alguns príncipes despertam do feitiço e buscam "donzelas" doces, porém decididas. Esperam salvá-las sim de suas carências, ajudá-las com seus problemas existenciais, consertar a torneira da pia que não pará de pingar ou formatar o micro dela que vive travando. Porém, sabem que sua meiga princesa também sabe lutar quando precisa, se sustentar, além de brigar por ele e por seu amor. Ela não fica chorando ao lado da lareira esperando a fada madrinha transformá-la numa gata borralheira. Ela ganha o suficiente para pagar seus cremes anti-sinais, botox e as aplicações contra celulite. Ela vai à luta! E sabe que se um dia seu príncipe precisar, ela estará lá, linda, doce e forte, com um beijo encantado para salvá-lo!